sábado, 19 de setembro de 2015

Em Roma - programa cultural

Na quarta à tarde, tivemos direito a uma visita guiada pelo D. Carlos Azevedo aos Museus do Vaticano e à Basílica de São Pedro. Já lá tinha estado, mas com uma boa explicação de quem percebe do assunto faz toda a diferença!
D. Carlos Azevedo deu-nos uma lição de História de Arte
O grupo à porta da Basílica de São Pedro
Antes do jantar, parámos numa esplanada para retemperar forças com uma Peroni e brindar aos anos do Edgar, o nosso logístico em Bissau.
Fim de tarde em Trastevere
Jantámos na Trattoria degli Amici, um restaurante gerido pela Comunidade de Sant'Egidio, que integra pessoas com deficiência no seu staff - e serve uma óptima comida italiana a preços decentes. Juntaram-se a nós o Pe. Nuno Gonçalves, jesuíta, actualmente à frente da Faculdade de História da Universidade Gregoriana, que eu conhecia dos tempos em que orientou o grupo de CVX dos meus Pais, e o Attilio Ascani, director da FOCSIV, a congénere italiana da FEC.
Jantar na Trattoria degli Amici
Na quinta-feira, o meu avião partia ao início da tarde, por isso madruguei novamente para aproveitar a manhã ao máximo.
Na Praça de São Pedro
Na Piazza Navona
Na Via dei Portoghesi, onde fica a Igreja de Santo António dos Portugueses
Depois de muito andar, e seguindo os conselhos de quem lá vive, passei na geladaria Frigidarium para o merecido antídoto contra o calor húmido da cidade.
Tive de conferir se era mesmo a melhor geladaria de Roma
Antes de rumar ao aeroporto, fiz uma visita à Rádio Vaticana, que transmite o nosso programa Lusofonias. Foi bom dar um rosto às pessoas com quem troco e-mails semanalmente.
E assim foi esta visita de dia e meio à capital italiana!

Em Roma - a Audiência

O adeus do Papa aos leitores do Fio Mental
Todas as quartas-feiras de manhã, o Papa Francisco saúda os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro. É a chamada Audiência Geral. Através do Embaixador na Santa Sé, a FEC conseguiu um lugar especial, mais perto do Papa, para a sua delegação de 17 pessoas. Levámos-lhe como presente um kit de publicações que ilustram o trabalho da FEC, embrulhado em panos da Guiné-Bissau.
O presente para o Papa: publicações da FEC em panos da Guiné-Bissau
O dia começou muito cedo, com uma missa às 7h30 na Capela de Santa Mónica (mesmo à entrada da Praça de São Pedro), celebrada pelo D. Carlos Azevedo, o bispo português que é uma espécie de "vice-ministro da Cultura" do Vaticano.
Missa na Capela de Santa Mónica
Fomos depois tomar os nossos lugares junto ao palco montado à porta da Basílica de São Pedro.
A entrada do grupo na Praça de São Pedro
Uns minutos antes das 10 horas, o papamóvel deu umas voltas pelo meio da multidão reunida na Praça de São Pedro.
O papamóvel dá uma volta pela multidão reunida na Praça de São Pedro
O Papa Francisco saúda os fiéis na Praça de São Pedro
Nessa altura, alguém referia aos microfones os vários grupos presentes na Audiência, incluindo a delegação da Fundação Fé e Cooperação.
A Equipa FEC em festa quando a sua presença é anunciada nos microfones
(e um sósia do famigerado Padre Frederico...)
O Papa fez então uma curta catequese sobre a família, a poucas semanas do Sínodo sobre o tema.
Durante a catequese
No final da catequese, o Papa Francisco dirigiu-nos (em italiano) uma saudação especial:
«Saúdo os peregrinos de língua portuguesa presentes nesta audiência, e através de cada um de vós, saúdo a todas as famílias dos vossos Países. Dirijo uma saudação particular aos membros da Fundação «Fé e Cooperação» de Portugal e aos grupos de brasileiros. Deixa-vos guiar pela ternura divina, para que possais transformar o mundo com a vossa fé. Deus vos abençoe.»

Junto a nós estava um grupo vindo da China, onde a Igreja ainda é clandestina e a liberdade religiosa uma miragem para os estimados 8 milhões de "católicos clandestinos". O Estado chinês só admite uma "Igreja oficial", com bispos designados pelo Governo, por isso estes turistas que vieram ao Vaticano arriscam-se (segundo os próprios me contaram) a sofrer represálias quando voltarem ao seu País.

Seguiram-se os cumprimentos do Papa aos representantes dos vários grupos presentes e também a dezenas de noivos que ali estavam.
Jorge Líbano Monteiro (Presidente do Cons. Administração), Frederico Magalhães (vogal do Cons. Administração)  e Susana Réfega (Directora Executiva) entregam ao Papa os presentes da FEC

Estava uma manhã de calor (30ºC), apenas cortado pelo vento, mas nem por isso o Papa se apressou nos cumprimentos e na conversa com cada um. No total, levou nisso hora e meia. À distância a que estávamos, uns 10 metros, gritámos-lhe que o esperávamos em Portugal e cantámos em modo repeat o Avé de Fátima.
Sempre bem disposto, depois de hora e meia de cumprimentos

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Em Roma

Quarta vez em Roma. A primeira foi nas Jornadas Mundiais da Juventude, em 2000, uma óptima experiência mas da cidade pouco vi. Na segunda, em 2002, desforrei-me e estive uma semana inteirinha (valiam-nos as férias de universitários) em que vi quase tudo, incluindo João Paulo II à distância de um braço. Na terceira, grávidos da Luísa, vim com a Maria visitar um primo a Florença e ficámos cá um par de dias à chegada e à partida, com direito a participar na beatificação de JP2. Desta vez, vai ser uma visita-relâmpago de menos de 48 horas: a FEC (www.fecongd.org), de cuja fantástica equipa faço parte desde 2009, faz 25 anos e conseguiu lugares especiais para a Audiência desta quarta-feira; quem quisesse aproveitar a oportunidade, vinha à sua custa (que no mundo das ONG não há cá pão para malucos), e o facto de termos vindo 17 (e os que não vieram foi só porque não podiam mesmo) diz muito sobre o gosto de fazer parte desta família. Uma família da qual também faz parte a minha irmã, que faz a gestão financeira dos projectos.

Aterrei quase à meia-noite em Ciampino. A Ryanair não só voa a menos de metade do preço da concorrência, como voa para um aeroporto que é mais próximo do centro do que Fiumicino e que obriga os aviões que lá pousam a sobrevoar o centro histórico. Não há melhor introdução do que ver do céu a bela Roma iluminada! Como o aeroporto era mínimo e eu só trazia uma mochila, demorei literalmente 5 minutos entre a porta do avião e a carrinha do transfer que me trouxe em meia hora até às portas do Vaticano. À hora que cheguei já não havia transportes públicos, mas o bom Google arranjou-me uma solução três vezes mais barata que vir de táxi. "Ah e tal, mas isso é seguro?" - muito receio tem a malta... por algum motivo fui o único a vir na Ryanair, cuja frota tem uma idade média muito inferior à da TAP e nenhum acidente para contar. Mas eu sou da onda do "non abbiate paura", dito nesta mesma cidade em 1978, e gosto de levar esse lema das coisas mais profundas às mais triviais.
Estamos instalados no Colégio Português, onde vim jantar em 2002 com o Pe. Rui Rosmaninho e onde o meu irmão viveu uns tempos. Está um calor húmido insuportável, o único senão nesta cidade lindíssima onde - vou dizer baixinho para a Maria-sempre-pronta-a-bazar não me ouvir - até me imaginaria a viver.

E agora chega de conversa, que amanhã o dia vai ser cheio e começa logo às sete da matina!