segunda-feira, 9 de junho de 2008

Cheira bem, cheira a Lisboa

Deixei a maresia da Costa e o aconchego dos papás para vir para Lisboa, a cidade que me viu nascer. Não foi por inadaptação a voltar a viver com os Pais depois de 3 anos por minha conta, porque nos últimos meses eu quase já só ia a casa para dormir. Foi precisamente isso que me cansou: a preocupação de apanhar o último autocarro da noite para a Costa, as esperas de meia hora na Praça de Espanha quando perdia um por um triz, a falta de um espaço onde passar a meio do dia para tomar um duche ou mudar de roupa, o preço de jantar fora todos os dias.
Surgiu o convite do meu amigo Pedro para ir morar com ele, numa calçada pitoresca, a dois passos da Avenida da Liberdade, a um preço quase zero, e não hesitei em aceitar. E já lá estamos há 2 semanas, meio acampados porque há obras a decorrer, mas aos poucos o espaço vai-se tornando mais nosso. E acordar de manhã, ver o elevador do Lavra a passar à janela, descer a calçada e estar logo no metro, é logo meio caminho andado para começar o dia mais bem disposto.
Ainda para mais em Junho, com um bailarico a espreitar a cada esquina, a feira do livro lá ao fundo, a excitação do Euro, os Santos daqui a pouco, os feriados em barda, e o verão finalmente a aparecer!
A casa fica precisamente a meio caminho entre os 2 trabalhos que tenho neste momento: o MSV (Baixa) e a TESE (Rato), duas ONGs. Manhã num, tarde noutro; a ordem dos factores é vagamente arbitrária. No primeiro continuo com os pedidos de patrocínio, agora já para o recheio da Casa. No segundo estou a fazer um plano estratégico para uma outra ONG: como se deve organizar, onde deve ter projectos, que financiamentos deve tentar captar, como deve comunicar o que faz. A este nível profissional estou bastante satisfeito, ainda que a incerteza sobre o futuro se mantenha.
Mas o sol lá fora convoca-me a deixar estas quatro paredes. Espero começar a escrever mais, agora que a vida anda mais arrumada.