terça-feira, 15 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Rajastão aterrou no Martim Moniz

Este fim-de-semana o Martim Moniz encheu-se de música e cor com a iniciativa TODOS, Caminhada de Culturas. A ideia era dar a conhecer o comércio local e as culturas das nacionalidades mais representadas naquela zona - Índia, China e países de Leste - a públicos menos habituados a frequentar aquela zona da cidade.
Falhei a aula de Bollywood que já estava cheia, mas não perdi a fanfarra de Jaipur, que percorreu várias ruas seguida de uma multidão. Ao chegar à praça do Martim Moniz, juntou.se à banda um bailarino que equilibrava na cabeça uma bilha com água...
...dançava sobre pregos e cuspia fogo.
Foi um bom programa alternativo, a provar que Lisboa está uma cidade cada vez mais cosmopolita.
Mais fotografias aqui.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Casamentos e reencontros

Sábado tive o casamento da Joana e do Alex, o meu nono casamento em 2009. Um casamento original em vários aspectos: a escolha do dia de S. Tiago para a festa, já que ambos são peregrinos; a ementa sofisticada, em que os meus preferidos foram o gaspacho sólido, o crocante tandori e a tatin de maçã; e a substituição da tradicional oferta inútil para os convidados por uma contribuição para a campanha Agir Para Desenvolver.
Foi um prazer estar também envolvido na escolha dos cânticos e nos ensaios do coro. Oportunidade para acompanhar os últimos preparativos e a dedicação aí posta pelos noivos.
A Joana foi da minha turma do 7º ao 12º ano, para além de morarmos muito perto. Partilhávamos na altura o sonho de vir a ser jornalistas - ela seguiu-o e acompanha hoje os políticos com a camisola da Lusa, eu deixei-o em banho-maria e segui outros sonhos. Sem nunca nos perdermos o rasto, viemos a aproximarmo-nos mais já com o Alex na história, em óptimos serões de conversa à flor da pele na sua casa. Relatos de caminhadas (ou pedaladas) até Santiago que me fizeram reganhar a vontade de fazer o mesmo Caminho - será em 2010, ano Xacobeo?
Outra coisa boa dos casamentos são os reencontros. Neste caso com o João Ribeiro, que me deu aulas de Educação Visual quando eu tinha 12 anos. Mexeu e muito, não com o meu escasso (ou nulo) talento para as artes plásticas, mas sim com a minha forma de olhar o mundo e sentido de humor, de forma que ainda hoje sinto que lhe devo muito. Foi óptimo conversar sem tempo contado, trocar ideias sobre os projectos de cada um e trocar piadas, como sempre. E partilhar a conversa com o seu filho Duarte e a minha Maria. Acho que a cumplicidade transparece da fotografia. Também aqui, o rasto do caracol.

domingo, 12 de julho de 2009

Ambições e expectativas

Este foi um fim-de-semana de festas de crianças (4 anos do meu sobrinho João e 2 anos do Rodrigo do Vasco), com a conversa a encaminhar-se mais de uma vez para as ambições profissionais, um tema que às vezes me tira do sério.
Trabalhar é importante, faz-nos sentir realizados por podermos satisfazer as necessidades dos outros, faz-nos desenvolver os nossos talentos e dá-nos dinheiro para as nossas necessidades materiais. E é este equilíbrio que me faz pensar a minha vida de trabalho: contribuo para uma sociedade melhor? faço o que gosto e aquilo para que tenho mais jeito? tenho o suficiente para as minhas necessidades?
Não quero armar-me em bonzinho, mas realmente não me preocupa se vou ou não chegar ao topo da carreira; a própria palavra carreira faz-me comichão. O curso de Direito e o facto de ter estudado e trabalhado fora podem ter criado nalgumas pessoas (que me querem bem) a expectativa de um futuro de sucesso, no sentido como o mundo o vê, em cifrões. Mas eu decidi virar-me para uma área que não paga nada bem, muito menos em Portugal. Daí ter de ouvir de vez em quando bocas porque podia estar a fazer "outra coisa". Mas o dinheiro não é tudo. Já ganhei o triplo que ganho agora e nem por isso era mais feliz.
Prefiro pensar como gasto o meu tempo, como um todo. Pensando a sério no trabalho, até porque é onde passo mais tempo e é bom que seja interessante. Mas sempre deixando tempo suficiente para o cultivo dos gostos e das amizades (em breve, espero, para uma nova família também), para conhecer o mundo - o de perto e o de longe -, e para as acções de ajuda gratuita a quem não teve a mesma sorte que nós. Faz-me a mesma confusão o workaholic e aquele que gasta todo o tempo livre a ver televisão; um e outro desperdiçam o seu tempo e quase sempre perdem a capacidade de ter uma conversa com interesse.
Eu sei que quanto mais responsabilidades a pessoa assume (filhos, em especial), mais pesa a obrigação de trazer para casa mais dinheiro. Mas muitas vezes com o esforço legítimo para dar "o melhor" aos filhos - melhores colégios, melhores gadgets, melhores férias - vai-se fazendo concessões cada vez maiores no resto - tempo para estar com eles, sobretudo. É um círculo vicioso. E aqui a culpa é também de quem, nos cargos de chefia das empresas, permite este nonsense de ritmo de vida; nesse aspecto ainda somos um país pouco desenvolvido.
Enfim, é o que penso agora. Falo de cor, que a experiência ainda é pouca. E admito poder estar a ser tão pretensioso como outros serão comigo. Mas partilho a ideia do Professor Agostinho da Silva, de que o homem não nasceu para trabalhar, mas para criar. E o que estou eu a criar?

Curioso

Recebi um email da minha amiga mexicana, que viveu comigo 1 ano em Londres. A Daniela estava lá a estudar curadoria de arte contemporânea e no fim do mestrado voltou para a Cidade do México, onde tem estado a trabalhar no Museu Tamayo.
Agora é a curadora de uma exposição do artista português Pedro Cabrita Reis, que é inaugurada esta semana naquele museu. Giro ver a nossa cultura ser divulgada lá fora, e neste caso com a mãozinha de uma querida amiga. Há tempo que não nos falávamos, mas foi uma óptima ocasião para fazer um update das vidas.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Bailaricos

Todos os anos o Dia de Portugal é assinalado em Londres com uma grande festa num parque. Eu fui lá uma vez e contei a experiência  aqui. Sardinhas, chouriço, sangria e Super Bock, havia de tudo para umas 30 mil pessoas! Só que estava longe de ter a sorte que vão ter os emigrantes já este domingo: Padre Borga e Herman José ao vivo no mesmo dia! Poder cantar "Põe tua mão na mão do meu Senhor", e logo a seguir a "Canção do Beijinho", não é todos os dias e compensa todos os ranchos folclóricos e discursos oficiais que se tenha de aguentar pelo meio. Quem estiver por perto não deixe de aproveitar! 
Já hoje e em Lisboa, mais concretamente no magnífico Largo do Carmo, acontece o arraial mais giro da época dos Santos, o Faz Traz Paz. É uma organização conjunta de 6 organizações de voluntariado (a saber: MSV, GASnova, Equipa de África, WACT, AASUL e Portugal Voluntário) e os lucros dos comes e bebes vão para os seus projectos. Uma festa ao ar livre, com música pimba ao vivo e a maior concentração de miúdas giras por metro quadrado do ano, o que é que querem mais?

domingo, 14 de junho de 2009

Sempre a tempo

Por mais voltas que se dê, o tempo - ou a falta dele - nunca é boa desculpa para não se fazerem pequenas grandes coisas. Tenho para mim que quanto mais ocupado, mais coisas consigo fazer. O meu problema é não as fazer por ordem de prioridade.
Andei de novo a viajar. Dezassete dias pela Índia em Dezembro e dez dias na Guatemala em Abril; pelo meio, uma travessia pelo deserto do desemprego. Somando tudo, deu um buraco no orçamento que vai levar tempo a repor, mas isso não vem agora ao caso, porque graças a Deus e aos Seus representantes (o meu patrão último no actual emprego é a Conferência Episcopal) já tenho de novo um ganha-pão. O que é importante realçar, tenho-o claro, é o privilégio que tive em estar (na melhor companhia) por terras da Nayan e do Roberto, por ocasião dos seus casamentos, conhecer mais da sua cultura in loco e criar amizade com a sua gente. 
O maior mérito dos anos que passei em Londres, mais do que o que aprendi na universidade ou no trabalho, foi ganhar mundo. Mundo de cultura e mundo de afectos. E a esses dois níveis estas duas viagens foram bem ricas!
O deserto, esse, serviu para pôr à prova as motivações do regresso a Portugal, salvas in extremis de um regresso forçado à Velha Albion (ainda que fosse bem compensado por dois braços à minha espera). Passada a prova, reforcei a ideia de que, pelo menos por agora, aqui posso fazer muito com pouco, enquanto lá fazia pouco com muito. Fiz-me à vida, bati a várias portas até que alguma se abrisse e pelo meio ganhei também uma actividade paralela, há muito desejada, como tradutor.
E é por aqui que volto aonde comecei. É difícil para um viciado em procrastinação internética como eu manter a concentração na tradução que tenho de acabar por estes dias. Porque a tradução se faz neste mesmo ecrã, numa janela ao lado. E vamos esquecer a hipótese fantasiosa de desligar o cabo da internet - nunca se sabe quando se pode dar o próximo golpe de Estado no Burkina Faso, por isso é melhor espreitar o Diário Digital de hora a hora; e será que alguém pôs fotos novas no Facebook? e porque não escolher uma música de fundo, só para animar o trabalho, no YouTube?
Mas, para contrastar com as muitas coisas inúteis em que vou perdendo tempo, vou tentar acreditar que recomeçar uma actividade produtiva - escrever no blog - me vai ajudar a subir o rácio de produtividade naquilo que tenho mesmo de fazer. Sem assumir aqui que (o blog) agora é que vai ser, que é para não dar azar...