domingo, 31 de agosto de 2014

De volta aos clássicos

Sou um revivalista. Sem que isso me impeça de seguir em frente. Gosto de cumprir tradições, de voltar aos lugares onde já estive, de reencontrar as mesmas pessoas.

Gosto, por exemplo, deste regresso anual à Praia da Luz, uma tradição dos Albinos que se tornou também minha - as conversas no toldo, o banho do 29, até consigo ter pena de já não ter vivido as noitadas na Sociedade ou no Privé. Gosto de relembrar em Alvalade as idas à bola com o Avô e os Tios, numa excitação que começava logo ao acordar. Gosto do sentimento de continuidade do encontro anual de primos em Famalicão, onde estaremos daqui a 2 semanas.

E gosto quando a rotatividade das modas me permite reviver, ainda que superficialmente, idades transactas de memórias intensas, como a adolescência. Primeiro foram os All Star, a seguir os Vans, este ano voltaram os Stan Smith*, os tais do senhor a quem o filho um dia perguntou se eram os ténis que tinham o nome dele ou se ele se chamava assim por causa dos ténis. Foram meus companheiros fiéis nos últimos anos de Educação Física, nas aulas de ténis ou nas primeiras saídas à noite, lá para meados de noventa. Sucederam aos Le Coq Sportif na minha mania de substituir uns ténis estragados por outros exactamente iguais. Os últimos terão caído em desgraça numa fase sensaborona em que os sapatos de vela viraram uniforme para os 12 meses. Mas sejam bem-vindos de volta!

Por falar em clássicos, daqui a umas horas teremos o primeiro da época e seria do caraças festejar uma vitória leonina!

*Obrigado à Maria João e ao Rui pelo transporte que me permitiu economizar um bocado.

sábado, 30 de agosto de 2014

TRÊS

A Luísa estava muito contente porque ia adormecer com 2 anos e acordar com 3! E mais contente vai ficar de manhã, quando vir a trotinete que lhe vamos oferecer.
Deitadas as crianças, fomos fazer uma espécie de #icebucketchallenge nas águas do Atlântico, porque era a noite do banho da meia-noite na Praia da Luz, este ano ao som de André Sardet (uma banhada nunca vem só). A festa seguirá de manhã, de novo na praia, com a habitual distribuição de bolas de Berlim.

A mãe Maria também está de parabéns! Há 3 anos, adormecemos a planear o seu jantar de anos e acordámos com as contracções pré-parto - não só não houve jantar, como perdeu a exclusividade no aniversário!* Ainda tomámos o pequeno-almoço nas calmas, mas depois seguimos para o hospital, onde a Luisinha viria a nascer às 21h10. Querem melhor presente de anos? E assim passámos a ter um duplo festejo neste dia!

* Na verdade, é o dia em que conheço mais gente a fazer anos, além das duas conheço mais 9 aniversariantes.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Na Casa do Vau

No ano passado recriámos a tradição, depois de uma década de pausa. Este ano, com o nascimento do Manel e da Teresinha, passámos a estar em desvantagem: 8 adultos para 9 crianças (e uma barriga avançada). O mesmo é dizer em larga vantagem, que não há melhor proveito do que tamanha prole - sobretudo quando todos adormecem e podemos, por fim, disparatar numa madrugada de snooker regada a Amêndoa Amarga.
Quando procurava casa para esta pequena multidão, algures entre Lisboa e Porto, encontrei uma preciosidade com 7 quartos, espaço a rodos, piscina, churrasco e uma mão cheia de extras simpáticos. O calendário de disponibilidade dizia-me que estava reservada o Verão inteiro, à excepção de 4 dias em Agosto, precisamente o tempo que queríamos passar juntos e na semana em que todos tínhamos férias. À falta de contactos no site, procurei a casa no Google Maps e mandei uma carta aos donos, com a nossa foto do ano passado a apelar ao sentimento, para que abrissem uma excepção à reserva mínima de uma semana. E resultou, foram simpatiquíssimos connosco e pudemos ali passar uns dias de sonho.
Quase nem saímos de casa. Tirando os abastecimentos básicos (quem achou que 3 caixas de minis chegavam?), fomos só uma vez a Óbidos para não parecer mal, estando tão perto. Os miúdos divertiam-se a dar saltos para a piscina e a dar de comer aos peixinhos, nós experimentávamos o ping-pong e o ténis, e à noite havia tempo e calma (porque os miúdos brincavam à nossa vista) para desfrutarmos a mesa - o churrasco do tio Vasco e as pizzas do mestre André fizeram sucesso.
Dá gosto ver (e fomentar) na geração abaixo a cumplicidade que nos une há vinte e tal anos. E, apesar das distâncias que a vida nos impôs (até quando?), estes encontros lembram-nos que, querendo, é fácil estar mais perto do que é importante.
 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

De volta a Londres

Lá voltámos a visitar a cidade onde tudo começou. Foram 9 horas de viagem (porta a porta) à ida e outras tantas à vinda, para só estarmos lá 3 dias inteiros. Em cada dia, passámos mais tempo em transportes do que com os amigos que íamos visitar, sempre mais de 1 hora entre uma paragem e a seguinte, subir e descer as escadas do metro com o carrinho de bebé (ou, em alternativa, percursos intermináveis de autocarro), sempre a chegar a casa depois da meia-noite - uma canseira, portanto. Os bilhetes já não tinham sido baratos, depois tive de pagar outro tanto para alterar o voo de regresso (para não falhar uma oportunidade única que entretanto surgiu), e lá gastámos outro tanto - isto sem pagar alojamento, nem táxis, nem um único souvenir, nem praticamente comer fora. Londres é cara, ponto.
Mas se perguntam que valeu a pena, claro que valeu!
Baptismo de voo do Manel
Em primeiro lugar, o facto de termos ido os quatro e de, simbolicamente, ter sido a primeira viagem ao estrangeiro do Manel (embora ele nunca se vá lembrar). A Luísa já aproveitou melhor os programas, achou o máximo andar em todos os transportes, brincou com miúdos e graúdos. À chegada, quando lhe dissemos "aqui as pessoas falam inglês", ela respondeu-nos: "isto vai ser divertido!" E às vezes tentava fazer sons parecidos, a fingir que falava a língua.
 
Em segundo lugar, Londres é Londres. Por muito que não seja novidade para quem lá morou, por muito que não tenhamos posto o pé em nenhum dos principais pontos turísticos (confesso que foi estranho ir a Londres sem ver Trafalgar Square, Piccadilly Circus ou o mercado de Camden), por muito que o excesso de gente (quase sempre feia e antipática, permitam-me a sinceridade) em todo o lado canse, Londres tem sempre algo de monumental, de cosmopolita e de relaxado que me fascina. Cruzar uma ponte com vista para o Parlamento ou para os mais modernos arranha-céus, ver a cada esquina gente de todas as raças e feitios, e cada um poder andar como lhe apetecer sem que ninguém estranhe, são coisas de que tenho saudades. Disso e da variedade de "produtos étnicos" nos supermercados.
Brinde em casa da Nayan
Depois, o reencontro com a Nayan e o seu mundo familiar. Foi ela que nos convenceu a ir, com o atractivo extra de estarmos também com o seu queridíssimo pai. No seu novo apartamento, um 12º andar com vista magnífica sobre toda a cidade, tivemos um serão espectacular e pusemos a conversa em dia. A dado momento, estávamos a comer iguarias indianas, ao som de António Zambujo e Ana Moura, a Luisinha a saltar de colo em colo - foi perfeito.
 
Foi também ocasião para outros bons reencontros. Com o Rui e a Maria João, com quem estamos mais vezes, foi especial partilhar os seus preparativos para o grande momento que aí vem. Com a minha antiga chefe Sue e com as antigas colegas da Maria no King's College Hospital. E com o meu amigo Braulio, com cuja filha Emilia a Luisinha se fartou de brincar. Infelizmente não deu para estarmos com metade das pessoas que gostaríamos, mas já sabíamos que ia ser apertado para mais.
Brunch de domingo em Chiswick
Last but not least, os nossos anfitriões, Teté e João, trataram-nos muito bem! Depois de termos estado juntos um mês antes, no seu casamento, fomos das primeiras visitas na sua simpática casa nova e foi bom ver como estão felizes e, no meio da correria que foram estes dias, podermos sentir-nos em casa em sua casa. Muito obrigado aos dois!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Um jantar supimpa!

Para uma grande comemoração, um grande restaurante! O consenso foi, uma vez mais, imediato quando escolhemos onde ir nos anos de casados: o Sushic! Se fosse simplesmente por ser o restaurante do meu querido amigo Hugo, que há 5 anos se lançou na aventura de abrir um japonês de qualidade na Margem Sul, já seria motivo de sobra. Mas novamente comprovámos que não é por acaso que o Sushic foi considerado o segundo melhor japonês fora do Japão, com base nas avaliações do TripAdvisor. Como dizia a Maria, parafraseando um amigo, «parece que há uma festa na minha boca e todos estão convidados».
Desta vez, o Hugo não estava, tinha ido inaugurar um novo espaço em Sesimbra, e não vi logo o seu pai. Fomos preguiçosos na escolha e pedimos primeiro o que já conhecíamos: umas gyozas para entrada, um combinado de fusão e uma sangria, já que estávamos a comemorar as bodas de fruta. E estávamos perfeitamente satisfeitos com o que tínhamos na mesa, muitos furos acima de qualquer outro japonês.
Quando ia pedir mais, vi o pai do Hugo e fui cumprimentá-lo. A partir daqui, assumiu a escolha do que vinha para a nossa mesa: primeiro um tataki de espadarte, depois um sushi verde com um molho adocicado (não vi o nome) e, por fim, estes maravilhosos canelones de atum.
Rematámos com bolo de chocolate e pudim de gemas de Alcobaça (é fácil adivinhar quem comeu o quê), e brindámos com um moscatel, cortesia do nosso anfitrião Eduardo. É que além de comermos esplendidamente, somos sempre muito bem recebidos!

Esta fase com filhos pequenos não favorece os jantares a dois, mas vamos tentar que não passe um ano sem voltarmos ao Sushic. É que vale mesmo a pena!