Em Agosto, sem esperar, recebi um telefonema da produção do "Quem Quer Ser Milionário". Tinha sido a Maria a inscrever-me! Desde pequeno que sonhava ir a um concurso, mas teve de ser a Maria a dar o empurrão. Fizeram-me umas 30 perguntas de cultura geral e passei no primeiro teste. Uns dias mais tarde, nova entrevista telefónica, desta vez sobre os meus gostos e percurso profissional. À terceira tentativa de agendamento, a gravação ficou marcada para hoje.
Pedi ajuda a amigos viajados, organizadores e participantes de quizzes e rápidos "googladores". Revi os nomes e cognomes dos reis de Portugal, a sequência dos presidentes dos EUA e os vencedores do Óscar para o Melhor Filme. E lá fui para a Valentim de Carvalho, acompanhado pela Maria - a culpada! - e pela Tia Mila (para as tias, somos sempre os maiores). Esperámos entre as 11 da manhã e as 3 da tarde, entre maquilhagem, briefing sobre as regras, ensaio no estúdio e almoço.
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Selfie tripla durante a espera |
Finalmente chamaram-nos para o estúdio. O público era um espectáculo dentro do espectáculo, até velhotas a fazer tricô havia! Mais meia hora de espera até aparecer a Manuela Moura Guedes, magérrima e "boquérrima". O programa começou com uma concorrente que vinha do programa anterior; já ia na décima pergunta, achámos que só faria mais uma ou duas, mas foi acertando até à penúltima. E quanto mais altos os valores em jogo, maior o engonhanço na conversa. Já lá iam três quartos do programa e nós népias. Mas a rapariga desistiu, ficou com 20 mil euros, e lá chegaram os meus 3 segundos de fama ao ser apresentado para a câmara. Tinha o coração a disparar e a pressão do "dedo rápido".
Foi aqui que o cinema francês se atravessou no meu caminho. No programa que passou ontem, por exemplo, tinham a árdua tarefa de pôr 4 palavras por ordem alfabética, mas hoje saiu-nos a fava! «Ordene, do mais antigo para o mais recente, 4 filmes do cinema francês: O Fabuloso Destino de Amélie / Delicatessen / Hiroshima Meu Amor / La Vie en Rose» E nem foi pela pressa que errei; eu não sabia mesmo onde pôr o "La Vie en Rose", achei que fosse um clássico antiquíssimo e pu-lo como o mais antigo, quando na verdade era um recente biopic sobre Édith Piaf. Dos seis, só uma concorrente é que acertou (felizmente, a mais simpática); teria sido mais embaraçoso se eu tivesse sido o único a errar.
E assim foram ao ar, em meia dúzia de segundos, dois meses de expectativa - mais do que os milhares do prémio (obviamente não despiciendo), era a curiosidade de testar a minha telegenia (que conversas, que à-vontade ou falta dele). Em puto, depois de querer ser Papa e antes de querer ser jornalista, dizia que queria ser produtor de televisão - menos mal, já cheguei a produtor de rádio!
Lá voltei para casa de mãos a abanar, ainda não foi desta que fiquei milionário! Pode ser que um dia lá volte e tenha melhor sorte...
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Hélas! |
PS: o programa só há-de passar lá para inícios de Dezembro.