domingo, 29 de setembro de 2013

As minhas autárquicas

Com cerca de 12.200 listas a disputarem as 3 cruzinhas que cada um de nós hoje vai fazer (Câmara Municipal, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia), num país pequeno como o nosso, é fácil conhecer vários candidatos.
Em Lisboa, António Costa tem sido sempre correcto e disponível em relação à Casa das Cores, e a vereadora Helena Roseta (agora cabeça-de-lista à Assembleia Municipal) tem apoiado o trabalho do projecto Sentidos, que trabalha com as pessoas sem abrigo, pelo que o meu balanço (parcial) é positivo; não fosse a (estúpida, mas real) leitura nacional dos resultados, e não estaria ainda indeciso quando ao meu voto. Fernando Seara é sogro de uma amiga minha, mas não lhe vislumbro qualidades políticas nem obra feita para merecer o meu voto. João Ferreira estudou na turma de um grupo de amigas biólogas, um ano acima da Maria, e foi namorado de uma delas.
Nas juntas de freguesia, o candidato a Belém pelo PSD (e actual presidente) é pai da minha amiga Rita. Em Arroios, um vizinho e colega de futeboladas é o número 11 da lista PSD/CDS. Em São Vicente, conheço o número 4 pelo PSD/CDS. Na nova freguesia da Baixa (Santa Maria Maior), um velho conhecido das campanhas pró-vida é candidato pela Plataforma pela Cidadania.
Em Coimbra, estou a torcer para que o pai da minha amiga Ana se mantenha à frente da Câmara; é talvez a disputa que sigo mais ansioso, pela importância da cidade, pela confiança no candidato e pelas sondagens que dão um empate PSD-PS. Já na freguesia de Cernache, o coração divide-se, porque os pais de dois amigos concorrem em diferentes listas para a Junta: um é numero 2 pela CDU, outro é número 11 pelo PSD.
Em Mafra, gostava que a Alice Vieira, que conheço há pouco mas de quem gosto muito, ficasse à frente da Assembleia Municipal, a que concorre pelo PS.
Na minha família, tenho 2 primas direitas a participar nestas eleições: a Gabi encabeça a lista da CDU para a Assembleia Municipal do Peso da Régua e a Becas faz parte da lista PSD para a Assembleia Municipal de Torres Vedras. Espero que ambas sejam eleitas!
Pela negativa, espero ter o prazer de ver o Menezes perder a Câmara do Porto para o Rui Moreira. Uma vez, a caminho da Colômbia, tinha umas horas de escala em Newark e, como não dava para ir ao centro da cidade, aproveitei para visitar um outlet perto do aeroporto; nesse lugar improvável, fui encontrar o Rui Moreira com o Rui Oliveira e Costa (então colegas no Trio d'Ataque) e mulher, a entrarem carregados de compras para uma limusina; tirando este episódio à "pato bravo", até tenho boa impressão do homem, mas é sobretudo a má impressão do populista Menezes que me faz preferir este desfecho. Tal como gostava que o Basílio Horta levasse um bom chuto em Sintra.
Tudo motivos para seguir os resultados, como sempre, vidrado aos ecrãs da televisão e do computador, logo à noite!

sábado, 28 de setembro de 2013

Vá para fora cá dentro - Parte IV, Beirã-Marvão

No último dia do passeio, ficámos a dormir num lugar muito especial. Quando procurava alojamento no Booking, nos distritos de Castelo Branco e Portalegre, houve um hotel que me chamou a atenção e, apesar de já conhecermos a zona, achei que não podíamos deixar de ir até lá. A estação ferroviária de Beirã, que servia Marvão e fazia a ligação a Espanha, foi desactivada em 2012 e um dos edifícios transformou-se na Train Spot Guesthouse.
À chegada, fomos calorosamente recebidos pelo Eduardo, um dos responsáveis, que mudou de vida e trocou Lisboa pela calma do campo. Por opção, não há televisão, apenas uma agradável música de fundo, bem portuguesa, a criar ambiente para a conversa na sala que era o restaurante da estação. A Luisinha entreteve-se com jogos e brinquedos, balançou na rede e fomos dar um passeio junto à linha férrea, hoje já sem movimento.
A cozinha também tem um óptimo aspecto e pode-se comprar comida e bebida, incluindo especialidades da região. O pequeno-almoço também é bastante simpático. Apetecia ficar mais tempo, mas tínhamos compromissos à nossa espera em Lisboa...
Aproveitámos para visitar Castelo de Vide e Marvão, duas vilas históricas lindíssimas, refrescámo-nos nas piscinas de Portagem e não resistimos a passar a fronteira para ir comer umas tapas a Valencia de Alcantara. No regresso a Lisboa, parámos para almoçar em Estremoz, na Gadanha Mercearia
E assim terminou o nosso périplo pelos caminhos de Portugal, com 750 quilómetros percorridos, a uma média tranquila de 5,4 litros aos cem.

Vá para fora cá dentro - Parte III, Castelo Branco

Como o tempo a piorar, fizemos um intervalo nas praias fluviais e fomos até à cidade de Castelo Branco, que nenhum de nós conhecia. Desta vez ficámos na Pousada da Juventude para poupar uns cobres.
Se a primeira impressão da cidade não foi a melhor, com aparentemente pouco para ver e um par de diálogos mais rudes com os locais, tudo mudou quando nos encontrámos com o nosso amigo Manuel C. A., avô dos nossos sobrinhos e ilustre albicastrense. Levou-nos a jantar a um simpático buffet, foi o nosso guia num tour noturno pela zona mais antiga e explicou-nos as alterações feitas pelo Programa Pólis (gostámos do novo Centro de Arte Contemporânea). Nada como ter um bom cicerone!
Visitámos também o Museu Cargaleiro, com telas, azulejos e cerâmica do autor, que é natural de Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco) mas viveu toda a vida numa quinta na Caparica, bem perto de mim. E não me importava nada de poder levar um dos seus quadros para casa!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Vá para fora cá dentro - Parte II, Proença-a-Nova

Convencidos pela boa publicidade às suas praias fluviais, fomos até Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco. Óptima estrada até lá, saímos da A23 para o IP8 e foi um tirinho. Ficámos no Hotel Amoras, um investimento feito há uma década pela câmara local, com a ajuda dos fundos comunitários, que já esteve nas mãos do Grupo Pestana e acabou por voltar para a Câmara. A viabilidade económica naquela zona deve ser um problema, como pudemos comprovar pelo facto de estarmos praticamente sozinhos no hotel, e com uma enorme piscina só para nós! 
Apesar de as nuvens dominarem o céu, o termómetro continuava acima dos 30ºC e o sol, quando espreitava, era forte. Escolhemos a praia fluvial de Fróia, classificada este ano pela Quercus como "Praia de Ouro", e, já sem surpresa, constatámos que a praia estava também por nossa conta. Quer dizer, além de nós havia à beira da água uma família de sapos, ao melhor estilo "We All Stand Together", e vê-los saltar foi um divertimento para a Luísa.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Vá para fora cá dentro - Parte I, Belver

Na nossa última semana de férias deste ano, decidimos ir conhecer algumas praias fluviais do interior, nos distritos de Castelo Branco e Portalegre.
Depois de hora e meia de autoestrada, nas calmas, saímos da A23 em Abrantes para começar simbolicamente o percurso mais bucólico na terra onde o meu Avô se fixou e onde o meu Pai e tios cresceram: o Rossio ao Sul do Tejo. Mais meia hora de caminho e chegámos à praia do Alamal, o nosso primeiro destino. Com o castelo de Belver e a linha de comboio a espreitarem do outro lado do Tejo, numa vista magnífica, ficámos no mais puro sossego - naquele local só havia mesmo a praia e o hotel do Inatel.
A água estava bem fresquinha, mas num dia com 36ºC soube muito bem! E se na tarde de domingo ainda partilhámos a areia com meia dúzia de pessoas, na manhã de segunda esteve mesmo por nossa conta! Aproveitámos também para um passeio de canoa, foram 4kms a dar à pagaia que fizeram as vezes do treino no ginásio; a Luisinha gostou tanto que adormeceu a meio...
O único senão do local foi não haver muitas opções de sítios para comer, tanto em Belver como em Gavião, as duas terras mais próximas. Mas os olhos também comem, e esta vista encheu-nos as medidas!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Uma família às direitas, e às esquerdas também!

No sábado passado, lá fomos nós rumo a Famalicão, para o encontro anual dos Mesquitas. Para quem só agora sintonizou este programa: o meu avô materno, ele próprio um de dezassete irmãos, teve dezassete filhos, que deram origem a uma família de 250 pessoas (só Tiagos somos 5 e Isabéis 17!), e todos os anos nos juntamos na cidade de origem para um dia de convívio. Este ano éramos 149, o que dá uma taxa de participação de 60%, ao nível das últimas eleições autárquicas - pode não ser uma grande percentagem para umas eleições, em que todos votam (supostamente) perto de casa, mas parece-me excelente para uma família em que a maioria tem de se deslocar 50 a 350 quilómetros (fora os emigrados) para ir ao encontro dos restantes.
E por falar em política, tenho reparado (no Facebook, claro) que a família, cuja primeira geração era claramente mais à direita, está hoje representada em todas as cores do espectro político, do CDS ao PCP. Aliás, duas primas assíduas destes encontros não puderam ir este ano justamente por estarem em campanha como candidatas a assembleias municipais, por cores bem diferentes. Esta variedade é também uma riqueza, e a política não se sobrepõe à ligação familiar (veja-se os irmãos Portas e os primos Louçã/Gaspar).
Acima da política e dos laços de sangue, a fé cristã continua a ser essencial para a maioria de nós, está no ADN da família e não é de todo alheia ao facto de sermos tantos. Por isso, estes encontros começam sempre com uma missa, bastante participada, em que agradecemos este dom da união familiar dos Mesquitas e lembramos os que já partiram.
Esta é também uma ocasião para saber novidades dos primos, e ficámos a saber de mais bebés que vêm a caminho - já dizia o Outro, crescei e multiplicai-vos!

sábado, 7 de setembro de 2013

Uma questão de ritmo

Um tema que dá pano para mangas são as diferenças entre as duas famílias de origem de um casal. Pode não parecer o mais importante, e não é, mas pelo que tenho visto nalguns amigos é um dos factores que mais podem minar uma relação - já o Romeu se queixava! No nosso caso, felizmente, as diferenças são suaves e não há nada de muito estrutural. Diria até que há um certo paralelismo sociológico entre as famílias paternas e maternas de um e de outro.

Já diferenças de feitio há muitas, como é natural, e é giro dissecá-las em casal, mas não convém expô-las aqui à leitura de toda a gente, sob pena de perder o babysitting e os tupperwares no frigorífico! Mas há uma que, de tão objectiva e assumida por ambas as partes, salta à vista e não dá sequer polémica: uma diferença de ritmo!

Quem me conhece sabe bem que um dos meus maiores defeitos é a minha dificuldade (ou quase impossibilidade) em chegar a horas. Mas isto vem de um contexto... Na minha família, marcar hora para qualquer coisa é apenas uma vaga indicação de que é de manhã, à tarde ou à noite; não é para se levar à letra. Marca-se um almoço para as 2h, para as pessoas chegarem pelas 3h e estarmos sentados à mesa às 4h. Pode soar a exagero, mas é mesmo assim! Tudo sem stresses ou problemas de consciência, porque é um "código" que todos conhecemos e respeitamos. Se alguém se atrasa, é porque surgiu alguma coisa para fazer, e quem recebe fica agradecido porque também só começou a cozinhar e a arrumar a casa à hora que tinha dito às pessoas para virem.

Por seu lado, a família da Maria é o primeiro grupo de adiantados que conheci! A hora marcada funciona como o limite para se estar num sítio, e se nos atrasamos 5 minutos já estão a telefonar para saber onde andamos. Quando são festas em nossa casa, vêm mais cedo para ajudar nos preparativos, o que me apanha quase sempre com o banho por tomar e a roupa por trocar. Uma vez fomos passar um fim-de-semana em versão de família alargada (pais, avós, tios) e percebi que, para não os fazer esperar, tinha de comparecer a tudo 15 minutos antes da hora marcada.

O ritmo à mesa também é bem diferente. O gosto pelo convívio é o mesmo e a conversa flui de igual maneira nas duas famílias, mas os Albinos são de uma enorme eficiência na recolha dos pratos à última garfada, enquanto que nos Tavares pode haver um intervalo de meia hora entre o prato principal e a sobremesa, sem que ninguém estranhe. No lado da Maria, pelas dez, dez e meia, já está tudo a ir para casa, enquanto que do meu lado dificilmente se cantam os parabéns antes das onze da noite. Na semana passada, nos anos da Luisinha, os últmos convivas saíram de nossa casa à uma e meia da manhã... adivinhem quem!

Há algumas explicações possíveis, embora não esgotem o fenómeno. O avô materno da Maria é militar e o pai é um empreendedor, o que são percursos pouco dados ao engonhanço. Do meu lado, quase ninguém tem um horário de trabalho rígido a cumprir, pelo que a pressão do descanso é menor. Na família da Maria, os encontros são (pelo menos) semanais, o que torna esta dinâmica necessariamente mais rotineira e menos lazeira; na minha família, praticamente só nos juntamos nos aniversários, por isso tudo segue a lógica de "um dia não são dias" (a mesma lógica aplica-se ao teor calórico das sobremesas, que dava outro post).

Em resumo: para chegar a horas ao cinema, mil vezes os Albinos; para ir buscar a morte, que sejam os Tavares!

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quando for grande quero ser como eles


Voltemos ao baú da memória... 
No final de 2001, o ano em que entrei para o MSV, fui ao Algarve fazer uma visita (a última) ao Pe. Roger, figura que em tão pouco tempo de convívio me marcou para a vida, e que estava muito doente na altura. Juntámos um grupo, fomos e viemos na mesma noite, no carro da Teresa, que também tinha feito parte do grupo de voluntários que mensalmente visitava Vaqueiros e Martim Longo.
Dias depois, num jantar de Natal, fiquei sentado frente à Teresa e ao seu namorado João (à data crítico de cinema do DN, se não me engano) e na altura da troca de presentes calhou-me em sorte um CD dos Lighthouse Family que o João sabiamente tinha "reciclado".
Creio que foram as duas vezes que nos cruzámos "em solteiros".

Algures em 2007, numa festa em casa dos meus cunhados em Londres, um dos expatriados conta que o seu flatmate (João Cepeda) ia voltar para Portugal para lançar a TimeOut Lisboa. Regressado também eu à pátria, torno-me fiel seguidor da revista e reparo que o João Miguel Tavares era o director-adjunto.

Verão de 2011. Por ter achado graça ao título e por saber que gosto de crónicas, a Maria ofereceu-me o livro Os Homens Precisam de Mimo, onde o João faz as suas "queixinhas sobre a vida doméstica" na perspectiva do homem-pai. Eu só estava casado há 1 ano e a Luisinha estava para nascer, mas o humor das crónicas e a forma aberta e descomplexada de abordar a vida familiar conquistaram-me e vi que tínhamos muitas coisas em comum. Descobri também que éramos vizinhos em Entrecampos. Um ano mais tarde, quando a Luisinha entrou para o infantário, percebi (pelo blogue Pais de Quatro) que era o mesmo infantário onde tinham passado todos os filhos deles, e que os mais velhos andavam agora na escola primária onde queremos que a Luisinha venha a andar. A juntar a tudo isto: a Teresa é médica, a Maria é enfermeira; o João é jornalista, eu quis (quero?) ser (sou?).

Apesar das afinidades e caminhos paralelos, temos uma diferença de meia dúzia de anos, 3 filhos e milhares de leitores, por isso digo (a brincar, entenda-se) que quando for grande quero ser como eles. Se não chegarmos a Pais de Quatro, que talvez seja pedir muito, que nos fiquemos pelos três. Se eu nunca chegar a viver da escrita (e certamente que nunca farei parte de um Governo Sombra), já ficarei contente por manter este tipo de tribuna, porque me revejo totalmente neste post do João em que diz "não gosto de cortinas pela mesma razão de que gosto de escrever sobre a minha família neste blogue: a banalidade da existência sempre me atraiu e a sua partilha é enriquecedora para os outros e para nós".

Hoje, primeiro dia de aulas no nosso infantário, quando eu saía depois de deixar a Luisinha (que se portou à altura e não fez grande fita, diga-se), lá estavam eles a deixar os filhos número 3 e 4. A mais nova, que entrou para a sala onde a Luisinha esteve até Julho, também fez anos na sexta-feira e fez centenas de quilómetros para poder festejar com a família toda. Até nisto...

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Comer Orar...

Hoje fui a um jantar e, por ser véspera do "regresso às aulas", a Maria ficou em casa com a Luisinha para a poder deitar cedo. Quando me fui despedir das duas, já deitadas na cama, a Luisinha, ao ver-me preparado para sair, levanta-se e diz:
- Eu vou ao supermercado!!
- Mas o pai não vai ao supermercado... - respondo-lhe a sorrir.
Ela pára uns segundos e riposta:
- Eu vou à missa!!
Moral da história: a Luísa é o "verbo ir" e o pai, na cabeça dela, sai de casa por mantimentos ou beatice. É isto.

domingo, 1 de setembro de 2013

E assim festejámos...

Entrámos na meia-noite com um banho na Praia da Luz. A água estava óptima!

De manhã, todos os amigos dos toldos do "bem-bom" tiveram direito a bolas de Berlim, oferecidas pelos avós da Luisinha (a Dá e o Dô). Foi uma bela despedida da praia!

Já em casa, o tradicional "bolo de anjo" da Avó Bé, servido em dose dupla neste dia, teve direito a um Noddy e a família mais próxima cantou os parabéns às duas aniversariantes.

No sábado, juntámos alguns amigos para um lanche no jardim do nosso prédio, que se mostrou uma vez mais uma fórmula ganhadora: os miúdos têm espaço para brincar, a sombra e o vento aliviam o calor, e temos metade do trabalho (antes e depois) de uma festa dentro de casa.
E depois de muito esticar os festejos, hoje foi dia de lavar loiça, fazer máquinas de roupa e dormir bastante!