sexta-feira, 30 de agosto de 2013

DOIS

30 de Agosto = 3+0+0+8 = 11, noves fora DOIS!
Hoje é dia de festejar os meus DOIS amores! Sim, porque não é só o Marco Paulo que os tem...
Um dia que já era especial, mas que a Luisinha quis tornar duplamente especial, ao escolher o dia de anos da mãe para nascer.
Um dia que será comemorado em DOIS momentos: manhã de praia no Algarve e jantar em Lisboa, para que a família toda (ou quase) caiba nos festejos.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Praia da Luz

Estamos a passar uns dias na Praia da Luz, em Lagos. A praia para onde a família da Maria se habituou a vir em Agosto, onde fizeram bons amigos que ainda hoje aqui encontram(os) e onde a Maria comemorou uma boa parte dos seus aniversários, com dois rituais: a tradição local do "banho da meia-noite", na noite de 29 para 30, e a tradição familiar da distribuição de bolas de Berlim na praia entre os amigos. Assim vai acontecer amanhã, desta vez a assinalar o aniversário duplo de mãe e filha!

Curiosamente, esta foi a primeira praia do Algarve que visitei. Como sempre vivemos na Costa e os meus pais nunca gostaram de praia, levaram-me a conhecer quase todo o país mas nunca viemos ao Algarve, que só conheci aos 14 anos: a viagem de finalistas do 9º ano foram 4 dias nos bungalows do parque de campismo desta praia, em Abril. Já o primeiro banho no mar algarvio, dei-o uns meses mais tarde, quando vim com o Tio Luís ter com o Miguel e família à Praia... Maria Luísa!

Vários anos passados, em 2007, vivia eu em Londres e tinha começado a namorar com a Maria há apenas 5 dias, quando a Praia da Luz se tornou tristemente famosa pelo desaparecimento da Maddie (a poucos metros da casa de onde escrevo). Visto à distância, creio que o tom sobranceiro da imprensa inglesa durante meses acerca de Portugal, no caso de uns pais que tinham saído para jantar deixando os filhos mínimos sozinhos em casa, foi mais um grãozinho na balança em que pesei o meu regresso à pátria, nesse mesmo ano. E em 2007 foi o primeiro Verão em que estive na Luz, "chez Albinos", e que conheci os "tios" Costa Simões, Mendes Godinho, Rocha Pires e Cid Gonçalves - no nosso casamento, foi justamente apelidada como a mesa dos amigos do "bem-bom".

Gosto muito deste lado familiar dos amigos que anualmente aqui se reencontram, da pacatez deste lugar - compensa em sossego os graus que a água tem a menos face ao Algarve mais a leste - e de ver a Luisinha muito contente em ambiente de família alargada. Dorme a sesta com o avô, vai para todo o lado atrás da avó, e os pais agradecem-lhes o descanso e a possibilidade de aqui estarem com todas as mordomias.

domingo, 25 de agosto de 2013

Uma história renovada

Conhecemo-nos na escola, algures entre a primária e o sétimo ano. De companheiros de carteira a padrinhos de casamento uns dos outros, fomos um pouco de tudo. Durante vários anos, na segunda metade da adolescência, passámos juntos (e com a J.) uns dias de férias na aldeia, matrecos de dia e bailarico à noite. Mas desde os 20 que não tínhamos feito mais férias juntos - o dinheiro, a emigração, os filhos, o trabalho, sei lá... E eu até estou bastante com cada um, mas faltava-me estar com todos.
Este ano deixámo-nos de inércia, acertámos calendários e fomos passar uns dias ao Minho. Com a alegria extra de vermos brincar juntas as nossas 7 crianças - a MI com 1 ano, a Luisinha com 2, a I com 3, o T com 4, o J com 5, o R com 6 e o P com 7! Em vez do mero revivalismo dos bons velhos tempos (e do volume de cerveja), para mim o que sobressaiu foi essa descoberta grupal do que somos hoje, casados e pais, cada um ao seu estilo, face aos desafios que estas pequenas grandes criaturas nos põem.
Também me deram um gozo especial os finais de noite, com os infantes já deitados, em que nos pudemos dedicar, sob o alpendre, ao humor desbragado e à troca de desabafos. É bom manter vivo esse lado adolescente, e faz tão bem saber com quem contar...

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Futebol de praia

Vivi toda a infância e juventude na Costa da Caparica, a dois passos da praia. Nos meses de verão, a praia era servida em 2 doses diárias, com pausa para almoço em casa. Como os meus pais nunca gostaram de praia, era com os irmãos que eu ia. Saltar as ondas e jogar à bola (com o grupo do vizinho CP) eram as actividades preferidas. Isto passava-se nas praias em frente a nossa casa, a do Marcelino ou a do Norte, praias onde deixei de ir durante muitos anos, porque a areia passou a ser escassa e as companhias me foram puxando mais para São João.
Este fim-de-semana voltei a essas praias, desta vez com a Luisinha. Ao meu colo, sentiu o mesmo misto de medo e adrenalina que eu sentia ao avançar pelo mar para ondas maiores. E naquele mesmo areal, jogou o seu primeiro futebol de praia, com a proficiência que aqui podem ver!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Casa desarrumada

Este cenário ao chegar a casa, um dia destes, fez-me lembrar um post recente de outro blogue que sigo. Nenhum de nós é especialmente arrumado, e ambos preferimos deixar a Luisinha dar largas à imaginação do que andar atrás dela feitos polícias a pôr as coisas "onde é suposto" estarem. Ok, é verdade que aquele colchão de praia, que serviu para uma brincadeira, por ali continuou a um canto durante mais 2 semanas, mas quando temos visitas, logo se arruma num instante... 
E se é verdade que dá gosto entrar em casa no dia em que a casa é limpa pela nossa dupla romena, não é menos verdade que é uma alegria encontrar este cenário pós-brincadeira!
Como diz o poeta...

Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo: Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Tá na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.

Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade
(roubado daqui)

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Hoje mesmo, há 10 anos!

Prometo que é o último post nostálgico desta sequência! Já sabem que sou um gajo dado a efemérides e comemorações...
2003 foi talvez o ano mais agitado da minha vida. Acabei o curso e fui ao Brasil na viagem de finalistas, tive o meu primeiro emprego, fui a Viena e aos Açores, tratei de tudo para concorrer ao mestrado em Londres... tudo coisas óptimas!
Mas o ponto alto do ano foi o que vivi em Montes Claros, uma cidade no interior de Minas Gerais, com a Catarina, a Mafalda, o Pedro e o Zé. E foi há precisamente 10 anos, que depois de um voo para Salvador e de 14 horas em ônibus, fomos recebidos já de noite na Rodoviária pela Irmã Rosalina (com quem estive há poucos dias). Passados uns minutos, estávamos já no nosso bairro de Santa Rafaela, onde fomos recebidos pela Dona Socorro e pela Deda.
Durante 2 meses, pisámos a poeira dos bairros para visitar as famílias e ir dar explicações às crianças. Ouvimos histórias pesadas de pobreza e violência, cruzámos território de traficantes, mas não foi tanto isto o que nos ficou na memória. Ficou, sim, o exemplo de superação de tantas vidas, os risos das crianças que corriam para nós, o abraço caloroso da "acolhida" à porta de cada celebração, a terna cumplicidade da nossa vizinha Maria, o ensinamento de que "o pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é nada", as refeições e orações feitas diariamente entre nós.
Em 10 anos as nossas vidas deram muitas voltas, mas continuo muito próximo de cada um deste grupo. E tive a sorte de voltar 2 vezes a Montes Claros, primeiro sozinho em 2007, depois com a Maria na lua-de-mel. E através do Facebook, tenho sempre uma janela aberta para este lugar onde fomos tão felizes.