sexta-feira, 31 de julho de 2015

Bodas de madeira

Um lustro. Cinco aninhos. O melhor dia para casar. Dia de Santo Inácio de Loyola. Não nos cansamos de rever o resumo de um dia tão feliz.

Éramos 218 nesse dia. Entre os presentes, tivemos desde então 9 casamentos e 60 nascimentos (e mais 8 a caminho), mas também 9 pares desfeitos e 3 mortes.

Dizem que estas são as bodas de madeira, mas ainda não temos caruncho. Nem fazemos tábua rasa do que então prometemos. Temos sempre gosto em receber à nossa mesa. Continuamos a gostar do verbo "ir" (temos bicho-carpinteiro) e danados para a brin-cadeira.

Hoje vamos festejar ao som destes dois senhores:

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Força, Nuno!!

O meu amigo Nuno España gosta de desafios. Correu a primeira maratona há três anos e nunca mais parou. Passou das maratonas para as ultramaratonas e fez a mítica Comrades da África do Sul - uns meros 89 quilómetros! Seguiu-se o desafio do IronMan - um triatlo com 3,8 kms de natação, 180 kms de bicicleta e 42 kms de corrida - que completou em Frankfurt há um ano.

É já este sábado que o Nuno vai fazer aquele que muitos consideram o triatlo mais díficil do mundo, o Norseman, na Noruega. Com outros 235 malucos (é o único português na prova), vai saltar de um ferryboat para nadar 4 kms num fiorde, onde a água está a 11ºC. Seguem-se 180 kms pelas montanhas, com grandes subidas. Por fim, uma maratona, cujos últimos 17 kms são uma subida em trail à montanha de Gaustatoppen - um final tão duro que são obrigados a levar um acompanhante, neste caso o fiel amigo Pe. Ismael.

Para terem ideia do que é a prova, vale a pena ver este vídeo:

A maioria de nós não percebe o que leva uma pessoa a meter-se nestes trabalhos. Ele lá saberá o sentido que tem. Mas quis dar também um sentido no qual todos pudéssemos participar, e com o seu esforço está a mobilizar donativos para a Casa das Cores.

Convido-vos a espreitar a campanha em http://ppl.com.pt/pt/causas/casa-das-cores e a acrescentar qualquer coisinha.

Sábado vamos estar todos a torcer pelo Nuno, e o melhor incentivo que lhe podemos dar é fazer crescer o valor angariado!

domingo, 26 de julho de 2015

Diá-Lu-gos #8

Quando lhe mostrei o carro exótico em que os noivos tinham ido na véspera da igreja para o copo d'água (o raro BMW Isetta), a Luísa perguntou-me:
- Mas porque é que as pessoas bateram palmas ao Tio Jaime e à Tia Maria Ana quando eles iam no carro?
Balbuciei um início de explicação («então, foi porque eles...»), mas logo fui interrompido pela sua descoberta cheia de entusiasmo:
- Ah, já sei! Foi porque eles foram felizes para sempre!!
Assim sejam.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Há 10 anos, em Londres

Há dez anos, eu vivia em Londres, numa residência em Bloomsbury, e o meu quarto tinha vista para a Tavistock Square. Em Maio e Junho, quando estudava para os exames do Mestrado, saía sempre de Passfield Hall entre as 9h30 e as 10h, e caminhava até à biblioteca da LSE. Logo à saída da residência, atravessava todos os dias a passadeira que podem ver abaixo, junto à qual uma bomba foi detonada num autocarro, às 9h47 do dia 7 de Julho.
O atentado de Tavistock Square matou 13 pessoas que iam neste autocarro
Mas, poucos dias antes, terminados os exames, tinha mudado dessa residência para outra, muito perto, onde passaria os meses de Verão. A Commonwealth Hall ficava a 400 metros da estação de metro de Russell Square, onde outra explosão matou 26 pessoas.

Eu estava de férias em Portugal. Vim descomprimir após os exames, acompanhar o nascimento do meu sobrinho João e mostrar a minha terra a cinco amigos estrangeiros. Estávamos repimpados na praia quando comecei a receber mensagens de amigos a saber se estava bem. Melhor não podia estar! Rapidamente verificámos que os amigos que tinham ficado em Londres também estavam bem (os que estavam na residência ouviram a explosão do metro) e passámos o resto do dia de olhos postos na televisão, chocados e incrédulos.

O meu cunhado Fernando, que eu ainda não conhecia na altura, saiu do metro cinco minutos antes da explosão na estação de Aldgate, junto ao seu emprego. Aí morreram sete pessoas, na de Edgware Road mais seis.

Poucos dias depois, voltei a Londres e fui metendo o meu nariz de aspirante a jornalista nas zonas afectadas, por onde passava todos os dias (lembras-te, Raposo?). Multiplicaram-se as manifestações de solidariedade. Houve mais ameaças de bomba, desmanteladas a tempo. Mas o que mais me impressionou foi o business as usual da resiliência britânica - com o slogan We Are Not Afraid, os londrinos não cederam ao medo e continuaram a usar os transportes públicos. E eu fiz o mesmo. Essa é a melhor reacção que se pode ter ao terrorismo. Londres é e será sempre uma grande cidade!