Desde miúdo que gosto do Herman. Via os programas todos e repetia-lhe os chavões. Enchi cassetes e cassetes VHS com os seus melhores momentos. Na fase mais doente, guardava numa caixa todas as suas entrevistas, cheguei a ir pôr uma carta à casa de Azeitão e deixei-lhe dezenas de mensagens no gravador de chamadas - até ao dia em que ele atendeu e me convidou para ir assistir a uma gravação d'A Roda da Sorte, o que acabámos por nunca operacionalizar.
Desde adolescente que digo que gostava de ser jornalista (antes disso quis ser Papa e produtor de televisão). Fintei o caminho mais directo e estudei Direito e Política Social. Nos últimos anos, voltei a aproximar-me: há cinco anos que escrevo um programa radiofónico de entrevistas e no fim de 2014 fiz um mini-curso de introdução ao jornalismo. Foi aí que começou uma conversa com o João Miguel Tavares, depois reatada no infantário, em que ele me desafiou a escrever umas coisas para a nova secção de Lifestyle do Observador, dentro dos subtemas Nostalgia e Família. O João foi o Júlio Isidro da minha carreira no jornalismo!
A série espanhola "Verão Azul" foi o mote para o meu artigo de estreia, cuja recepção emotiva no Facebook rendeu 4 mil partilhas e 14 mil leitores. Seguiu-se outro artigo sobre terrores nocturnos e dois sobre o Festival da Canção, que me deram gozo a escrever mas tiveram resultados muito abaixo do primeiro. Lembrei-me então que o Herman estava a fazer anos, que teria graça fazer um apanhado dos melhores momentos da sua carreira e que, com sorte, talvez ele até lesse - mas claro que isto era só um wishful thinking.
Há duas semanas, lá saiu o artigo. Uma hora depois, o próprio Herman partilhava o link da "fantástica súmula" na sua página do Facebook:
Para além do que significava para um grande fã como eu, esta partilha teve um notável efeito multiplicador que ninguém preveria: o artigo chegou às 30 mil partilhas, 112 mil leitores e 208 mil visualizações - qualquer coisa como 6 vezes o total de visualizações que este blogue teve em 7 anos!
Durante 3 dias, esteve no top dos artigos mais populares do Observador. |
Claro que fiquei muito contente com este pico de audiências, mas mais ainda por ter sido responsável por uma enorme vaga de "boa onda" - mesmo quem já não gasta do Herman, gostou de lembrar os seus melhores momentos. E ao Herman, com todas as suas virtudes e defeitos, devemos uma revolução na maneira de fazer humor no nosso país. Talvez um dia ainda o consiga entrevistar!
Por agora, e assim que despachar uma tradução, tenho mais uma mão cheia de artigos para escrever e também aceito sugestões de coisas da nossa infância que gostassem de ver recordadas.
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