Deixei de trabalhar no MSV. Foram 4 anos intensos e cheios de alegrias, que me deixam um rasto de gratidão: ao Pedro, por me ter dado a oportunidade; à Madalena, pela confiança e ousadia; ao Guilherme, pela boa camaradagem; à Dulce, pela cumplicidade e todos os favores; às equipas do Sentidos e da Casa das Cores, pelo profissionalismo e boa disposição; e a todos os que colaboraram nas várias campanhas e responderam aos pedidos indecentes que fiz amiúde. Nunca terei outro emprego onde esteja tão "em casa" como aqui.
Embora gostasse da parte de comunicação, em que aprendi muito, a angariação de fundos não era de facto a minha praia - é preciso ter perfil de vendedor e lata para pedir, que não são o meu forte. Além disso, estava oficialmente a meio tempo, mas com a absorvência deste trabalho (e o meu perfil pouco germânico) fui perdendo a capacidade de encaixar o tempo para ir buscar a outra metade do ordenado a outras actividades, e a satisfação de trabalhar numa causa social ainda não paga as contas. A aproximação da campanha mais exigente do ano, que implica o contacto com mais de 200 empresas e escolas, a gestão de uma equipa de 10 pessoas e muito exercício de tapar buracos, fez soar o alarme de que era altura de procurar outro rumo. Deixei a campanha montada e pronta a servir e deixei de ter um "emprego fixo".
Com filhos pequenos para sustentar (como na "linda falua"), este passo de trocar o certo pelo incerto não podia ser dado às cegas. Há vários anos que sou tradutor e o volume de trabalho tem aumentado, e tenho também o programa de rádio semanal que produzo. Outro empurrão que tive na decisão foi a porta que se abriu para cumprir o sonho de ser jornalista: há um mês que publico artigos no Observador, nas secções de Nostalgia e Família, e precisava de tempo para apostar nisso.
Se vou virar definitivamente para o jornalismo ou se vou voltar à área social, o futuro próximo o dirá. Estou na última fase do recrutamento para um organismo público onde gostava muito de trabalhar; vou dar o meu melhor, mas não depende só de mim. O mundo do jornalismo está mais em fase de despedimentos do que de recrutamentos, mas vou jogar os meus trunfos. "Age como se tudo dependesse de ti e confia como se tudo dependesse de Deus", ensina o Santo Inácio.
Se vou virar definitivamente para o jornalismo ou se vou voltar à área social, o futuro próximo o dirá. Estou na última fase do recrutamento para um organismo público onde gostava muito de trabalhar; vou dar o meu melhor, mas não depende só de mim. O mundo do jornalismo está mais em fase de despedimentos do que de recrutamentos, mas vou jogar os meus trunfos. "Age como se tudo dependesse de ti e confia como se tudo dependesse de Deus", ensina o Santo Inácio.
Por agora, aproveito ao máximo a liberdade de gerir os meus horários e o luxo de trabalhar em casa. O risco maior é gostar tanto disto que já não queira outra coisa!
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