E lá sobrevivemos à maratona. Quer dizer, obviamente que não fui correr, mas em torno dela passei o "dia mais quente do ano": de manhã fiz as marcações dos últimos 6 kms do percurso, à tarde entreguei dorsais e mantimentos, à noite estive a dar ânimo aos corredores, e madrugada fora estive a transportar as sobras da festa da meta. Os muitos percursos de mota pelo meio permitiram-me refrescar um pouco e os exemplos de entrega apagaram os meus queixumes.
Primeiro foi a entrega dos nossos voluntários. Cada uma das instituições beneficiadas tinha ficado de arranjar voluntários. À última hora, acabámos por conseguir 13 pessoas, mais do que as nossas melhores expectativas. Chateado, embora não surpreendido, pela falta de resposta dos amigos com "maior obrigação", fiquei muito contente por ver tanta gente a dar a sua disponibilidade num dia em que não apetecia nada, e todos vestiram a camisola com entusiasmo.
Depois foi a entrega dos corredores. Quando se soube da previsão acima dos 40 graus, achei que a maioria desistiria. Mas não, compareceram em peso e com grande espírito, numa prova que ia muito para além do desporto. E apesar das desistências terem sido mais do que é costume, todos levaram ao limite o seu esforço. Dizia-me um amigo, no final, que só conseguiu terminar por se lembrar da Casa das Cores.
Finalmente, a entrega da equipa da organização, todos voluntários. O último corredor terminou às 2h30 da manhã, e nas 3 horas que se seguiram houve uma dúzia de pessoas que garantiram que tudo ficava arrumado. Muitas delas sem ligação tão directa às instituições, mais velhos do que eu, com filhos que não os deixariam dormir na manhã seguinte. Custou-nos a todos, mas o prazer do dever cumprido compensou largamente.
Agora vai ser tempo de avaliação da prova, do que pode ser melhorado, de como reduzir despesas em eventos futuros. Mas este espírito de entrega, para mim, valeu bem a pena!
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